Uma nova ordem mundial vai se consolidando com o surgimento de comunidades internacionais principalmente na Ásia, mas não só. Fala-se de um mundo multipolar pelo qual torcem as forças progressistas e a esquerda democrática, pelo menos no Brasil. Será?
MULTIPOLAR IDADE?
A polarização quase uníssona em torno do eixo Europa/Estados Unidos não abrirá mão dos seus privilégios facilmente, como era de se esperar. O império financeiro do sistema bancário atual e a força artificial do dólar e do euro, são circunstâncias que bem demonstram a decadência. Seus defensores buscam se manter no comando da cena econômica mundial baseados na força militar e em golpes de estado.
E A RELIGIÃO COM ISSO?
A religião participa ativamente deste momento histórico, ora sendo aliada dos ricos ocidentais e da sua interminável ganância ora sendo avaliadora de uma nova ordem econômica internacional, como faz o Papa Francisco! O cenário religioso não está de forma alguma de um lado só, pois é complexo e assimétrico.
ÉTICA RELIGIOSA
O que o Ocidente vai fazer quando perceber que a festa realmente vai acabar? Declarará guerra a russos, chineses e outras nacionalidades ou manterá sua suposta tradição Iluminista de busca da solução diplomática para tudo? Aqui, nos interessa o poder de manobra do Brasil enquanto República e das religiões institucionais enquanto atores políticos. Diante das principais éticas ocidentais de base religiosa, o modelo atual não se sustenta.
COMO FICARÁ O BRASIL
A posição geopolítica do Brasil é o principal fator que impede o país de livrar-se, até aqui, da influência insana do capital financeiro baseado nos Estados Unidos, principalmente. Nosso país vem sendo desindustrializado desde a ascensão do pensamento neoliberal urdido pelas grandes potências. Uma religião que tenha preocupações com ética e ecologia estará virtualmente ligada às forças políticas que se opõe ao atual modelo econômico.
COMO FICARÃO AS RELIGIÕES?
Penso que três grupos de instituições religiosas podem ser classificados no que se refere à geopolítica atual. O primeiro grupo é o maior e mais poderoso em termos econômicos e midiáticos, pois se constitui de verdadeiras empresas religiosas que fazem franquias da figura de Deus. O segundo grupo é daquelas que se dizem apolíticas, ou seja, são, na verdade, satélites do primeiro grupo, acovardadas que estão diante da iminência de uma nova ordem política internacional. O terceiro grupo é das instituições religiosas que já perceberam o seu papel ético e moral às portas da dissolução do capitalismo financeiro, finalmente! Francisco não está só na empreitada. Vários setores do cristianismo e até de outras religiões, agem nome da Esperança de um outro mundo possível!