Negacionismo da ciência, volta da covid-19, aumento da Intolerância religiosa, recrudescimento do nacionalismo fascista, volta da fome e da miséria, etc, etc, etc. Quando enxergamos o conjunto de negatividades do nosso tempo, a tendência pode ser o desespero. Tenho visto o crescimento da ansiedade e da desesperança entre os jovens. Professor há décadas, nunca tinha presenciado o atual nível de individualismo agora misturado com uma espécie de “novo” nihilismo.
O FILHO DO HOMEM
Jesus, certa vez, deixou para a Eternidade uma constatação bela e desafiante: “As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8, 18-22). Nós, sapiens, temos uma intuição imemorial que nos impele à história e nos faz pesar a cabeça. A dor dos jovens de hoje reflete o descumprimento, pela sociedade, da promessa de criarmos um mundo de oportunidades. Ao invés disso, criamos um mundo mais injusto de vileza e ganância desenfreada…
DEPRESSÃO E SUICÍDIO
Muitos jovens não têm suportado. Como coordenador de duas graduações em Ciências das Religiões e professor de História na UFPB, tenho visto passar diante de mim inúmeros documentos médicos dando conta de crises de depressão e de ansiedade que retiram os e as estudantes das aulas e pesquisas. Quem mais precisa de qualificação não consegue Paz Interior para obtê-la. Como não a obtém, realimenta a dor interior. Surgiu aí um perigoso ciclo vicioso que pode levar até ao suicídio, como ocorre com alguns, in-fe-liz-men-te.
LIBERTANDO-SE
Para galgar a libertação deste ciclo vicioso, é preciso Esperança. As gerações recentes, porém, foram educadas na ilusão (neo)liberal de que “quem trabalha sempre alcança “. Só que não… O modelo econômico não funciona assim. No jogo bruto e individualista dos liberais, o espaço para esperançar é diminuto. Para obter a libertação disso, o jovem – como qualquer pessoa – deve perceber que seus eventuais fracassos não são só dele, mas sim de um conjunto de fatores. Dentre estes fatores, está o capitalismo selvagem dos nossos dias. Perceba que você não deve se “culpar por tudo”. Tranquilize a mente e siga seu caminho!
MENTE QUIETA
“Espinha ereta / Mente quieta e / Coração tranquilo”, diz a bela canção-mantra de Wakter Franco. Procuremos seguir esta fórmula, mesmo que seja aparentemente impossível acalmar a mente, pois isso não é verdade! Além de perceber que você não é culpado absoluto de nada e depois de acalmar a mente, seu coração poderá erguer-se e seguir no Trajeto da Alma. Se não conseguir, procure ajuda profissional. Não tenha vergonha de fazê-lo. Muito mais gente do que talvez possa parecer, busca em terapeutas, guias religiosos, psicanalistas, psicólogos e/ou psiquiatras, por exemplo, a centralidade da própria Alma. Se preciso, seja mais um!