Todo pregador que se diz cristão é mesmo cristão? Não, não é. Uma religião se define pelo fundamento do seu Fenômeno Religioso. Jesus, por exemplo, não pregava a morte por assassinato de grupos eventualmente considerados adversários da sua fé. Porém, foi exatamente isso que fez o Pastor André Valadão contra a comunidade LGBTqia+ em culto da sua lucrativa igreja-empresa. Isso ocorreu há poucos dias, em plena semana do Dia Internacional do Orgulho LGBTqia+! Provocação?

O QUE DISSE O PASTOR?

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: ‘Pode parar, reseta’! Mas Deus fala que não pode mais”, afirmou o pastor. E mais, segundo a revista CartaCapital, “Valadão retoma a frase e diretamente incita os fiéis: ‘não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós’.” As declarações não deixam espaço para muita interpretação. O desrespeito aos Direitos Humanos é patente. O Ministério Público no Acre iniciou investigação.

POLÍTICA

André Valadão tem posicionamento político de extrema-direita e apoia o agora inelegível sr Jair Bolsonaro. A aproximação de um certo cristianismo clerical com a extrema-direita é um fenômeno histórico que remonta à ascensão do totalitarismo nazifascista na Europa há um século. Em Portugal e na Espanha, por exemplo, os regimes fascistas duraram décadas e foram profundamente ligados à Igreja Católica. Existe um posicionamento pretensamente moralista de setores cristãos mais conservadores cujo imaginário gravita em torno de um arquétipo medieval bem posterior ao Rabi Jesus, o da Sagrada Família. Tal arquétipo está implícito no pensamento (neo)pentecostal.

BAR STONEWALL

Foi em Nova York – EUA, que começou a chamada Parada Gay. Ela resulta do orgulho da comunidade LGBTqia+ por ter resistido com pedras aos constantes ataques da Polícia de N.Y. no dia 28 de junho de 1969. Começava ali a intensificação dos embates entre as forças de “segurança” e os defensores dos direitos civis LGBTqia+. Nem seria preciso dizer, mas eu digo: um dos direitos humanos inalienáveis e mais óbvios é aquele que permite ao cidadão e à cidadã a liberdade de escolha, inclusive de gênero. Que possam todos os membros de igrejas cristãs fazerem a si uma pergunta bem simples: o que Jesus faria? Ele mataria os LGBTqia+?…

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