Cedo aprendi que não se coloca “etc” no título, mas esta temática de hoje o necessita… Acompanho com atenção as CPIs que apuram a notória tentativa de golpe da extrema-direita no dia 8 de janeiro e as injúrias contra o produtivo MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Injúrias, perguntarão alguns!?! Sim, injúrias! O comportamento dos parlamentares extremistas contra os trabalhadores não tem rebatimento na realidade. É exercício de fantasias a serviço de um inconfessável projeto de poder.

JESUS LATIFUNDIÁRIO?

Presto especial atenção às referências ao campo religioso na chamada “CPI do MST”. Parlamentares ligados ao agronegócio afirmam literal e simbolicamente sua pretensa lealdade ao cristianismo. Jesus, porém, nunca foi latifundiário e nem buscou os poderosos do seu tempo para serem seus discípulos. Ao contrário, a opção preferencial pelos pobres é clara no pensamento do Rabi. De onde vem, então, este sentimento “cristão” de quem ataca os movimentos sociais?

DO ARQUÉTIPO

O arquétipo presente na narrativa mítica de Jesus Cristo é muito rico. No Sistema Simbólico dele há um personagem que nos ajuda aqui. É Barrabás, líder judeu que defendia a revolta armada contra o Império Romano. O radicalismo dele ajudou a estigmatizar todos os que buscavam saídas para os israelitas diante da opressão romana, inclusive Jesus. Penso que os reacionários da CPI estão buscando um falso Barrabás. É por isso que foram atrás de José Rainha, líder camponês que simplesmente não é membro do MST, que é o tema/título da CPI…

INVERSÃO SIMBÓLICA

Uma clara Dissonância Cognitiva, ou seja, um afastamento da realidade, move “cristãos” contra o movimento que representa os excluídos da Terra nesta ex-colônia. Eles estão simbolicamente próximos a Pilatos, que sabia da inocência de Jesus, mas que mesmo assim o condenou a ser julgado, como fez Sérgio Moro com o Presidente Lula. Neste jogo de sombras, perde é o Brasil. Estes latifundiários, “cegos” como Pilatos e Barrabás, sequer conseguem perceber que a Reforma Agrária não é sobre terras produtivas e ainda traria mais mercado e mais proprietários para o campo.

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