ESPERANÇA
Uma das motivações centrais da busca pelo Fenômeno Religioso como um suporte para a vida, presente em grande parte das crenças, é a busca de um futuro para si e para a Alma. Esperança é a melhor palavra para denominar esta persona interior que todos temos, mas poucos cultivamos. A pandemia e o isolamento social vieram nos fazer lembrar da sua importância!
NO TEMPO SAGRADO
Esta busca pelo futuro não ocorre apenas no tempo cronológico convencional, mas também no tempo profundo dos Mitos ou dos grandes arquétipos indutores das nossas vivências. Se você se pergunta quem você é e como deve se conduzir tendo ao lado ou mesmo dentro de si a identidade com algum ou alguns dos grandes avatares ou pensadores, você estará em uma projeção temporal para si. É uma projeção terapêutica.
TENSÕES
Se o seu orixá ou o seu Jesus ou o seu Buda ou o seu Maomé ou outro qualquer indutor da sua espiritualidade – inclusive no ateísmo – inspira em si, como mestre da vida, um sentido ou um eufemismo para viver e seguir vivendo, este modelo está “apropriado” por você. De certa forma, você o quer para si ou sente que é parte de você. Como é impossível realizá-lo com perfeição “neste mundo”, sua relação com ele também está impregnada de tensões.
SAUDADE
A diversidade de sistemas simbólicos nas/das religiões e crenças se expressa em pelo menos uma confluência: transformar a tensão em saudade. Não a saudade imediata do tempo humano já vivido, mais uma saudade especial daquilo que se gostaria de ser na perfeição do(s) seu(s) mestre(s) de vida. É uma espécie de futuro mítico que preenche os nossos corações diante das vicissitudes da vida, mas que nunca chegará “realmente”.
PROPÓSITO
Você pode e deve se perguntar qual é, então, o propósito da adesão ao viver a partir destes “mestres” míticos e simbólicos. A resposta mais profunda está em você mesmo, claro, mas posso comentar o sentido coletivo das nossas buscas interiores. Quando busco em mim o sentido eufêmico daquilo que me mantém vivo, encontro o outro nas minhas limitações e na minha dor. É preciso muito trabalho interior! Porém, nem todos chegam a esta busca. Grande parte da humanidade se concentra nas superficialidades narcísicas do “eu”. Cabe decidir.