Um dos maiores problemas das igrejas cristãs hoje é adaptar a chamada vida religiosa aos ditames da modernidade. É difícil imaginar um monge cenobita plugado no mundo virtual e atualizado com as novidades tecnológicas que vêm impondo mudanças culturais a grande parte dos povos no mundo todo. Na Igreja Católica, por exemplo, a redução do número de vocações na Europa, berço de uma significativa parte do cristianismo contemporâneo, é um drama que pode levar até ao fechamento de grandes ordens religiosas naquele continente.

VELHO DILEMA

Este não é um dilema novo, pois desde o início da vivência histórica nas/das Religiões de Livro Revelado, conviver com as mudanças rápidas e significativas do tempo histórico é algo difícil, razão de recusa ascética dos “males do mundo”. Não há tanta diferença entre um monge que recusa residências confortáveis e fontes de água à disposição no Mundo Antigo para viver numa caverna e um outro que não aceita a vida eletrônica em suas células cenobita. É a mesma recusa em épocas diferentes.

CONTEMPLAÇÃO

Também precisamos levar em conta que o ato contemplativo dos homens e mulheres de fé dedicados quase que exclusivamente ao diálogo epifânico com a divindade, não é um ato individual, pois representa as expectativas de milhões de fiéis que não podem dedicar-se a uma vida assim. Então, onde está o dilema? No ocidente, o dilema é resultado da crítica às religiões quando feita sem as ressalvas que devem diferenciar aqueles que são dedicados a Deus daqueles que se dizem dedicados a Deus para usufruir das coisas do mundo… Além disso, quando a crítica é simplória, ela pode provocar uma recusa da vida religiosa dando a entender que este estilo de vida não passa de uma alienação patológica de quem está em fuga do mundo.

ESPERANÇA

No universo da pós-modernidade, nada pode existir sem que tenhamos Claro o cenário de desesperança e de empobrecimento espiritual do capitalismo contemporâneo. Cada vez mais, o Ocidente adoece por desesperança e falta de cuidados espiritual. Resultante do Desencantamento do Mundo, o mundo moderno luta para encontrar sentidos para a vida que tragam os eufemismos que nos permitem suportar a finitude da existência. Vem destas minas de Esperança toda a possibilidade de trazer a(s) cultura(s) ocidental (is) de volta às suas narrativas míticas do amor ao próximo a ser vivido na história.

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