RETORNO
A Teologia da Libertação (TL) é uma corrente teológica cristã nascida na Igreja Católica nos anos 60 do século XX. Ela percorre um caminho que só foi possível graças ao Concílio Vaticano II, de 1962. Aquele concílio buscou atualizar a Igreja diante dos desafios da contemporaneidade ocidental. Um deles, a enorme desigualdade social que permanece e até piorou de lá para cá…
EFEITO PANDEMIA
O atual contexto pandêmico escancarou a penúria social a que foram relegadas enormes parcelas das nações de hegemonia cristã. Nos EUA, na África, na Ásia, na Europa,… em todo o mundo, a renda das famílias despencou e os Estados Nacionais reagiram de formas bem diversas. Do vazio orçamentário, aflora o desespero espiritual.
A DISPUTA
Naquele tempo, os membros das CEBs – Comunidades Eclesiais de Base e os clérigos progressistas eram chamados de engajados. É este engajamento que está praticamente silenciado nos setores sociais que mais sofrem os efeitos muitas vezes mortíferos da Covid19. O silêncio dos que sofrem tem nome: Teologia da Prosperidade, que literalmente vende a ideia de que o sucesso social vem da adesão religiosa.
OS PAPÉIS SOCIAIS
Estas teologias se dizem da mesma religião, o cristianismo, mas são totalmente opostas em sua relação com o capital. Para o sistema capitalista a relação com o transcendente e mesmo com a divindade pode ser transformada em um instrumento de convencimento e aceitação das relações sociais. O mesmo se dá na história em outros sistemas econômicos. A religião induz institucionalmente papéis sociais.
O FUTURO
O futuro das relações sociais entre nós dependerá em muito da adesão religiosa dos trabalhadores. Entre um pensamento da Libertação e uma ideologia da prosperidade, as escolhas do coração e da mente definirão o desfecho social quando a pandemia arrefecer. Será que a Teologia da Libertação vai se reencontrar com o “povo”? Ou, o que é mais provável, a agenda neoliberal continuará dispondo da fé para o incremento do lucro?