A Europa não é o berço do cristianismo, mas tornou-se o centro desta religião ao longo da história. Agora, está deixando de sê-lo. Não é simples imaginarmos um cristianismo fraco na Europa ocidental e ainda forte na América Latina, além do seu recente crescimento na África e, em menor monta, na Ásia. Tanto na América Latina quanto na África, boa parte deste crescimento vem com doses diversas de fundamentalismo religioso.

IGREJAS FECHADAS

Até mesmo nações tradicionalmente católicas há bem pouco tempo, como Irlanda e Portugal, estão vendo os templos esvaziarem-se e o clero perder a sua autoridade moral. Os escândalos de pedofilia jogam um papel importante nisto. Principalmente, quando setores desta igreja não querem investigá-los, como nos dois países citados.

UM CRISTIANISMO PARA O AMANHÃ

Sugiro as obras de Jean Delumeau e de Gilbert Durand para os desejarem conhecer grandes intelectuais cristãos há muito tempo preocupados com a derrocada do cristianismo enquanto autoridade moral e validade de fé, principalmente na Europa. A derrocada na Europa distancia os cristãos do Iluminismo e da democracia, abrindo espaço para os irracionalismos de extrema-direita.

BESTIALIZADOS

A palavra que já foi aplicada ao advento da República no Brasil serve muito bem para explicar a condição de mentalidade dos adeptos desta espécie de cristofascismo: bestializados, ou seja, abestados. É preciso um alto grau de alienação para invadir os três prédios dos poderes da República e cantar vitória precipitadamente com hinos de louvor a Deus. Agora, tudo indica que o desafio dos cristãos será o de se reencontrar com a democracia nos continentes onde ainda consegue se expandir esta fé para evitar novos inquisições e cruzadas…

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