O tema de hoje costuma ser relacionado às chamadas Guerras Religiosas. Houve um tempo em que a religião preponderava na cultura, ou seja, guiava a vida como um todo. Entre os séculos medievais e o último século moderno (séculos 5 a 18), a vida cotidiana histórica ocidental era regida pelo Tempo Religioso. Naquele longo período, a centralidade da religião representava também a centralidade do clero cristão. O jogo de interesses incluía disputas religiosas no centro da cena histórica.

CONTEMPORANEIDADE

Este tema é revisto quando tratamos de fenômenos históricos do século 19 até hoje. Após o processo de pressão e disputa que levou a religião a recuar da sua posição hegemônica entre (séculos 16 a 18), o século 19 foi marcado pela ascensão de outros fatores determinantes da história, como a economia, o trabalho e a geopolítica. Sendo esta última, vista com o sentido dos impérios “pós-coloniais” (Inglaterra e EUA, principalmente). A religião está  secundarizada e hegemonizada como fator determinante até o presente momento.

BUSH

O governo de Bush II nos Estados Unidos criou um fantoche para justificar  invasão e bombardeio indiscriminado do Iraque alegando existência de armas de destruição em massa que nunca apareceram. Naquele contexto, a guerra foi considerada um embate entre as civilizações cristã e islâmica. Só que não! Não foi um embate religioso. Os anúncios do governo iraquiano de que deixaria de usar o dólar como moeda para a comercialização do petróleo e de que construiria oleodutos para a  Rússia, foram fatores determinantes reais. O “retorno das guerras religiosas” foi uma farsa histórica.

O PESO DA RELIGIÃO

Porém, se a religião não define a história de maneira central hoje, onde ela está? Ressalvando a ascensão do fundamentalismo religioso – principalmente neopentecostal – que pode vir a mudar esta realidade, como já vem fazendo, por exemplo, no poder evangélico norte-americano em influenciar o financiamento do Estado religioso de Israel, afirmamos que a religião tende a estar onde sempre deveria ter estado: no Fenômeno Religioso. Este Fenômeno é interpretado como força política por segmentos cristãos, mas não tem consenso social hegemônico. Que a religião cuide da Alma e deixe a Política cuidar da política! O nome disso é Laicidade.

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