Enquanto os movimentos sociais identitários comemoram um certo avanço no combate ao patriarcalismo, uma outra forma de ultra conservadorismo vai se firmando rapidamente. São as famílias autodenominadas cristãs baseadas no Fundamentalismo Religioso, tanto evangélico quanto católico. (Há evangélicos e católicos que não seguem este caminho, claro!, mas são cada vez menos majoritários…)

O NOVO É VELHO

O Fundamentalismo Religioso que acendeu recentemente em nossa história é basicamente cristão. Ele recompõe a autoridade do patriarca baseado em textos anteriores a Jesus, mas presentes nas normas judaicas do Antigo Testamento. Neles, o papel da mulher é explicitamente reduzido. Os grupos LGBTQIA+ nem são referidos. As famílias fundamentalistas estão se incluindo nisso. Nos últimos anos, com um contexto político que facilita a proliferação de ideias misóginas, anti-gays e racistas, o avanço dos Direitos Humanos diminuiu sua marcha no país.

PATRIARCALISMO É ATRASO

Além dos motivos éticos e morais que servem para condenar civilizadamente esta nova formulação da família (pretensamente) cristã, há também motivos econômicos. Este novo patriarcalismo tenta retirar as mulheres do mercado de trabalho. Isso prejudica a base econômica do país diante de uma conjuntura histórica na qual o capitalismo reduziu a renda dos trabalhadores e fragilizou as relações de trabalho com a uberização, que talvez seja uma nova forma de servidão. Retirar mulheres do mercado significa reduzir as fontes de renda das famílias.

QUAL FAMÍLIA?

Juntamente com os fatores sociais e econômicos, vem um fator sociológico, pois hoje em dia temos vários tipos de família que já estão aí, na realidade social… A Justiça brasileira, aliás, já aceita isso há bastante tempo, mas a noção de família apenas como papai+mamãe+filhinhos persiste nas escolas e cresce nas igrejas. Crianças e jovens vindos de famílias fora deste modelo têm seus direitos de reconhecimento na prática negados por uma parcela significativa da sociedade. No mínimo, isso provoca problemas psicológicos e psiquiátricos.

POSTURA

Ou seja, temos o direito de viver a forma de família que escolhermos/defendermos, mas não podemos impor nenhum modelo a toda a toda a sociedade! Assim é a nossa República: laica! (Agradeço este tema à Profa. Herlla  Palmeira.)

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